6 de maio de 2010

REFLEXÃO

           
 
Nesta semana os alunos estiveram na escola apenas três dias, porém muito proveitoso.    Ao assistirmos o final do filme Alvin e os esquilos conversamos sobre as questões familiares que envolvem a trama. Para os alunos ficou claro que os esquilos mesmo sendo animais fazem parte da família do David (humano). Imaginei que eles não fariam essa relação "família", entretanto como eles mesmos já relatam através de desenhos seus familiares, gatos e cachorros como sendo uma família fica fácil de entender.
    Finalmente fomos para o Ambiente Informatizado e assistimos o final do filme "Alvin e os esquilos 2" ficamos por ali e mesmo e conversamos sobre a família de Alvin. Para minha surpresa os alunos identificaram o ator David como pai dos pequenos esquilos sem se importarem com a questão ser humano e animal. Quando perguntei: "Como poderiam ter um pai humano se são esquilos?" os alunos logo responderam: "Ué, é ele que cuida dos esquilos então ele é o pai!" É possível notar que quanto mais trabalhamos com esse tema, (IDENTIDADE) mais novidades surgem. A construção de suas identidades e a formação da família está longe de ser aquela dos modelos de revista onde aparecem sempre o pai, a mãe e os filhos. Esse modelo já não existe mais.
     No dia em que mostrei as fotos de minha família com minha mãe, meus sobrinhos e minhas filhas, os alunos em nenhum momento questionaram a ausência do pai das minhas filhas.
     A presença do Bruno em sala de aula diariamente também já faz dele um membro vivo na sala de aula.Os alunos fazem questão de levá-lo sempre por onde vamos. Outro dia, quando estava montando os grupos um aluno disse que queria ficar no grupo do Bruno e eu nem me dei conta de que aluno era aquele até que a turma me orientou: " É o Bruno professora!!! Ele não tem grupo ainda." Bem, depois deste momento providenciamos tudo e agora o Bruno já tem seu grupo. è incrível a importância que as crianças estão dando a este visitante em suas casas. Na semana passada uma aluna se queixou que a vó estava de "dona"do Bruno e nem deixava ela cuidar dele. Outra falou que o Bruno foi viajar pra praia com a vó dela por isso ele não foi a aula. O restante da turma ficou triste porque estão ansiosos para também passear com o amigo da turma.
Entre as atividades realizadas, tivemos uma inovação que é o Jogo de Xadrez onde os alunos ficaram muito motivados e participaram com curiosidade e atenção.
    Na quarta-feira os alunos puderam se divertir, brincar e aprender. Como diz Maria Montessori, os professores devem organizar o ambiente, provocar a motivação e depois deixar que o aluno construa, aventure-se e busque respostas e soluções para suas dúvidas e ansiedades.
Pelas oficinas que andei fotografando, observei a concentração e alegria dos alunos em participarem das oficinas. Faziam filas e esperavam ansiosamente sua vez de participar. Cada professor se dedicou para prpporcionar aos pequenos um ambiente propício e desafiador. É claro que Bruno também participou das oficinas ativamente pois todos queriam levá-lo para todo o lado. Acredito que ele deve estar se sentindo uma verdadeira celebridade.
    Na quinta e sexta-feira estivemos participando do Seminário de Educação onde os assuntos tratados foram: Avaliação, Dificuldades de aprendizagem, Tecnologia, Violência escolar e Inclusão escolar. As palestras em que estive presente foram bem desenvolvidas. Acredito que quando o objetivo é qualificar e valorizar o Magistério vale a pena PARAR e REFLETIR.
Está na hora de descobrir assim como Bruno e minha turma a verdadeira identidade de cada um. Quem sou eu? Sou um professor? Sou um mero transmissor de conhecimentos? Sou um facilitador? Sou comprometido com a educação?
    Ser professor é não se debruçar na desesperança. Tem que ser otimista. Acreditar que a mudança já está acontecendo. Vejo muitos professores a se lamentar da falta de estrutura famíliar, da falta de educação, se queixam do salário e das dificuldades de acesso até suas escolas. Os alunos acreditam em nós, eles precisam de nós pois somos para muitos a única referência de esperança e motivação.

Um comentário:

mauranunes.com disse...

Sim Eliane, é fundamental sair da lamentação sobre o que é, o que está posto. Deve-se pensar nas possibilidades, no que está por vir e no que hoje o professor pode contribuir para isso. Observo que estás repensando tuas ações e teu papel enquanto prof de tuas crianças. Maravilha! Bjs, Maura - tutora do SI