
Hoje à tarde, levei minha filha na PUCRS pois prestou provas para um concurso. Pois bem, enquanto aguardava o término da prova, comecei a conversar com uma mulher que também esperava sua filha. Jane é seu nome, ela é de Bagé e trabalha numa escola.É pedagoga, e especialista em deficiência mental. Falávamos do que é de fato INCLUSÃO e descobrimos que é tudo utopia. Lá em Bagé, na escola pública em que ela trabalha, os alunos com deficiências que entram em uma turma são avançados conforme a idade cronológica e frequentam a aula diariamente.Inclusive um aluno cadeirante fica no fundo da sala de aula babando e atirado na cadeira é considerado incluso. A professora desta turma só tem que limpar a baba que escorre de sua boca de vez em quando. E isso é inclusão?
Esta pedagoga que conheci trabalha na chamada Sala de Recurso, ali ela detecta qual ou quais as dificuldades da criança e descobre porque não aprendem, porque não desenvolvem o raciocíneo?
Quanto aos alunos surdo-mudos ela garantiu que o município tem que fornecer um intérprete que auxilie o professor em sala de aula e que lá em Bagé já foram contratados um número considerável destes profissionais.
Jane também esclareceu que um professor que tenha um diploma de 360 horas na área de alguma deficiência(auditiva, visual, mental...) recebe em seu contra-cheque 50% a mais.
No Estado, só ficam inclusos os alunos avaliados e que tenham condições de acompanhar a turma.
A LDB diz que "preferencialmente os alunos com algum tipo de deficiência devem frequentar a escola regular" mas não diz que "obrigatoriamente" devem frequentar!
Em Bagé, as escolas privadas não aceitam os alunos com deficiências pois alegam não terem subsídeos para atenderem bem estes alunos.
Lembro que quando surgiu o método construtivista as escolas tiveram que engolir "guela abaixo"e deu no que deu...cada um interpretou de uma maneira, ninguém sabia como aplicar, não houve uma preparação dos profissionais e a educação, o ensino se transformou num caos! Agora é a vez da Inclusão...mais uma vez professores despreparados, desinformados e sem apoio...a ordem é: INCLUSÃO-TODOS TÊM DIREITO DE FREQUENTAR A ESCOLA REGULAR! Mas onde está a sensibilidade da família que aceita ver seu filho jogado em uma sala de aula apenas fazendo número e ocupando uma cadeira? e dos governantes que não tem noção do que é ser professor ,ter um aluno que está completamente alienado e não saber como lidar com este aluno que tem todo o direito mas também tem o dever de ser tratado com RESPEITO!
Um comentário:
Eliane a educação é essencial para o desenvolvimento de qualquer cidadão e incluir um aluno com necessidades educacionais especiais (NEE) na classe regular, garantindo a possibilidade de seu aprendizado e crescimento, é possível quando temos professores, família e comunidade envolvidos e comprometidos com a educação. Trabalhar com alunos com NEE não é tarefa fácil, por isso é importante o acompanhamento desses alunos por profissionais capacitados e a constante busca dos professores por novos conhecimentos. E essa é a idéia, que vocês leiam os textos da interdisciplina, discutam com os colegas e sintam-se mais preparados para receber esses alunos nas suas salas de aula.
No texto: A inclusão e seus sentidos: entre edifícios e tendas, o professor Claudio Baptista lança uma questão interessante para pensarmos: "Como cada um de nós se posiciona diante do tema: educação e diferenças?" Fica a questão!
Um abraço, Simone - Tutora sede EPNE
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